ASSINE A PETIÇÃO POR UMA REFORMA TRIBUTÁRIA
SEM BENEFÍCIOS PARA O QUE FAZ MAL À SAÚDE.

Comidas ultraprocessados fazem mal à saúde.

No Brasil, 57 mil mortes* por ano são atribuídas ao consumo de ultraprocessados e, mesmo assim, esses produtos ainda recebem incentivos fiscais. A saúde da sua família está em risco. Você precisa agir agora: exija mais impostos para os ultraprocessados e menos impostos para alimentos saudáveis.
* Fonte: Nupens/USP

POR UMA REFORMA TRIBUTÁRIA A FAVOR DA SAÚDE E QUE COMBATA A FOME

Excelentíssimos e excelentíssimas parlamentares, e integrantes do governo federal,

Os números alarmantes da fome, que atinge cerca de 33 milhões de brasileiros, deixam evidente a enorme desigualdade econômica e social do Brasil. Ao mesmo tempo, nosso país vive uma epidemia de sobrepeso e aumento anual da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), cuja alimentação inadequada é um dos fatores de risco. Diante da necessidade de melhorar os indicadores de saúde da população, faz-se necessário que a reforma tributária contribua para favorecer o consumo de alimentos saudáveis e desincentivar o consumo de produtos associados a doenças.

Para tanto, é imprescindível que a reforma tributária contemple a tributação eficiente de produtos que provocam externalidades negativas, ou seja, que causam danos à saúde da população e sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS). Além do tabaco e álcool, produtos já considerados para serem sobretaxados, é fundamental que a reforma tributária preveja expressamente em seu texto que produtos e bebidas ultraprocessados sejam tributados de forma mais gravosa. Além disso, é necessária a extinção de todos os subsídios fiscais para o setor de refrigerantes no atual sistema tributário, que, em 2016, chegaram ao montante de R$ 3,8 bilhões1.

Produtos ultraprocessados possuem perfis nutricionais desbalanceados, com excesso de calorias, sal, gordura e açúcar, alta palatabilidade causadora de dependência, e aditivos alimentares com implicações ainda desconhecidas para o organismo humano - e estão associados a doenças graves e mortes2. Estudo recente mostrou que, só no Brasil, 57 mil mortes por ano são atribuíveis ao consumo de ultraprocessados3. Outras evidências demonstram que o consumo de ultraprocessados afeta, em nível mundial, os aumentos na prevalência e na incidência de obesidade e outras DCNTs relacionadas à alimentação como o diabetes, hipertensão, doenças cerebrovasculares, renais, e alguns tipos de câncer.

Mais da metade da população brasileira está acima do peso e 20%, com obesidade4. Exclusivamente por causa do consumo de bebidas ultraprocessadas açucaradas, mais de 2,2 milhões de adultos e 720 mil crianças estão com obesidade ou sobrepeso no Brasil. Também devido ao consumo destes produtos, 1,4 milhão de adultos estão com diabetes tipo 2, e quase 13 mil adultos morrem a cada ano no país. O gasto do SUS com atenção a pessoas com doenças provocadas por bebidas ultraprocessadas açucaradas é de R$ 3 bilhões, por ano5.

Estudo inédito realizado pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe)6 mostrou que a tributação sobre bebidas ultraprocessadas adoçadas pode ter impactos positivos também na redução do consumo de açúcar e na economia. Um aumento de 20% na tributação sobre esses produtos poderia gerar um acréscimo de R$ 2,4 bilhões ao PIB, a criação de 69.6 mil empregos e a arrecadação de R$ 4,7 bilhões, inclusive nas regiões Norte e no Nordeste, estimulando o desenvolvimento de regiões mais carentes.

Mais de 40 países e regiões, como Inglaterra, França, Noruega, Finlândia, Portugal, México e Chile já adotam políticas tributárias sobre bebidas adoçadas com o objetivo de promoção da saúde.

No Brasil, diversos órgãos têm recomendado a adoção da tributação sobre bebidas ultraprocessadas adoçadas, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca)7 e o Conselho Nacional de Saúde8. A medida também é considerada custo-efetiva para o combate às DCNTs pela Organização Mundial da Saúde (OMS)9.

Diante desse cenário, solicitamos aos membros do Governo Federal e senhores(as) parlamentares que a reforma tributária contemple:

  1. Imposto seletivo para produtos que fazem mal à saúde como produtos ultraprocessados, bebidas alcoólicas e produtos de tabaco;
  2. Vinculação dos recursos arrecadados para o SUS;
  3. Vedação de subsídios aos produtos que causam danos à saúde;
  4. Tributação diferenciada para alimentos saudáveis.

____________________________________


[1] Brasil. Ministério da Fazenda. Receita Federal. Nota de Imprensa. Análise da tributação do setor de refrigerantes e outras bebidas açucaradas [acesso eletrônico]; 2018. Disponível em: https://receita.economia.gov.br/sobre/acoes-e- -programas/simplificacao-tributaria/operacao-deflagrada/ arquivos-e-imagens/nota-imprensa-bebidas-kit-e-royalties- -substituir-26-11-18.pdf
[2] Pagliai G, Dinu M, Madarena MP, et al. Consumption of ultra-processed foods and health status: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Nutrition.2021;125(3):308-318.
Lane MM, Davis JA, Beattie S, et al. Ultraprocessed food and chronic noncommunicable diseases: A systematic review and meta-analysis of 43 observational studies. Obes Rev.2021 Mar;22(3):e13146
Askari M, Heshmati J, Shahinfar H, et al. Ultra-processed food and the risk of overweight and obesity: a systematic review and meta-analysis of observational studies.Int J Obes (Lond). 202 Oct;44(10):2080-2091.
[3] Nilson EAF, Ferrari G, Louzada MLC, et al. Premature Deaths Attributable to the Consumption of Ultraprocessed Foods in Brazil. Am J Prev Med. 2023 Jan;64(1):129-136
[4] Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
[5] ACT Promoção da Saúde. O lado oculto das bebidas açucaradas no Brasil. Nov 2020, Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: https://actbr.org.br/post/o-lado-oculto-das-bebidas-acucaradas/18753. Acesso em 02/05/2023.
[6] Lucinda CR, Haddad EA, coordenadores. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). ACT Promoção da Saúde. Impactos sistêmicos das mudanças no padrão de consumo de bebidas açucaradas, adoçadas ou não, devido aos diferentes cenários de tributação. São Paulo: FIPE/ACT Promoção da Saúde [Internet]; 2020. Disponível em: https://evidencias.tributosaudavel.org.br/ Acesso em 02/05/2023.
[7] Brasil. Ministério da Saúde. Posicionamento do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva acerca do sobrepeso e obesidade [acesso eletrônico]; 2016. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/comunicacao/posicionamento_inca_sobrepeso_obesidade_2017.pdf. Acesso em 30/06/2020.
[8] Conselho Nacional de Saúde (BR). Recomendação nº 21, de 9 de junho de 2017; Brasília, DF: Conselho Nacional de Saúde; 2017. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/recomendacoes/2017/Reco021.pdf. Acesso em 02/05/2023. Conselho Nacional de Saúde (BR). Recomendação nº 33, de 5 de julho de 2019; Brasília, DF: Conselho Nacional de Saúde; 2019. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/recomendacoes/2019/Reco033.pdf. Acesso em 02/05/2023. Conselho Nacional de Saúde (BR). Recomendação nº 47, de 24 de junho de 2020; Brasília, DF: Conselho Nacional de Saúde; 2020. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/recomendacoes-cns/1236-recomendacao-n-047-de-24-de-junho-de-2020#:~:text=Recomenda%20%C3%A0%20Presid%C3%AAncia%20da%20Rep%C3%BAblica,refrigerantes%20e%20demais%20bebidas%20ado%C3%A7adas.&text=Considerando%20as%20atribui%C3%A7%C3%B5es%20conferidas%20ao,de%20setembro%20de%202008%2C%20Art. http://conselho.saude.gov.br/recomendacoes-cns/1236-recomendacao-n-047-de-24-de-junho-de-2020. Acesso em 02/05/2023.
[9] World Health Organization (WHO). Tackling NCDs: ‘best buys’ and other recommended interventions for the prevention and control of noncommunicable diseases. 2017. Disponível em: https://www.who.int/ncds/management/WHO_Appendix_BestBuys.pdf. Acesso em 30/06/2020.

0 Pessoas já apoiaram

INCENTIVOS A ALIMENTOS SAUDÁVEIS, NÃO AOS ULTRAPROCESSADOS.
VOCÊ PODE NÃO SABER, MAS A REFORMA TRIBUTÁRIA VAI IMPACTAR SUA ALIMENTAÇÃO E A DA SUA FAMÍLIA.

A reforma, aprovada pelo Congresso em 2023, precisa agora ser regulamentada por meio de leis complementares, que serão propostas pelo Governo, e debatidas e aprovadas pelo Congresso. Neste momento, está nas mãos do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a inclusão dos ultraprocessados na lista de produtos que pagarão o Imposto Seletivo, cobrado sobre produtos nocivos à saúde ou ao meio ambiente.

A ACT Promoção da Saúde, ao lado de associações médicas e outras organizações da sociedade civil, defende que a reforma tributária incentive o consumo de alimentos saudáveis e desincentive produtos que fazem mal, como salsichas, salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados, etc.

Desestimular o consumo de ultraprocessados é preservar a saúde da população, a economia e o meio ambiente. E garantir que todas as pessoas tenham acesso a uma alimentação boa e saudável é um dever de todos nós.

A saúde da sua família está em risco. Você precisa agir agora.

Assine a petição por uma Reforma Tributária sem vantagens para o que faz mal à saúde.

SAÚDE, ECONOMIA E MEIO AMBIENTE EM ESTADO DE ALERTA.

Confira alguns números que mostram o impacto dos ultraprocessados no Brasil e no mundo.

57 MIL

mortes por ano no Brasil
associados ao consumo
de ultraprocessados

Fonte: Nupens/USP

45%

maior risco de obesidade
entre adolescentes com dieta
baseada em ultraprocessados.

Fonte: FAPESP

2,21 MILHÕES

casos de sobrepeso
e obesidade em
adultos

Fonte: evidencias.tributosaudavel.org.br

721 MIL

casos em crianças e adolescentes,
são atribuíveis ao consumo de
bebidas ultraprocessadas

Fonte: evidencias.tributosaudavel.org.br

A INDÚSTRIA PRECISA PAGAR ESSA CONTA.

MANIFESTO POR UMA REFORMA TRIBUTÁRIA SAUDÁVEL: IMPOSTO SELETIVO PARA PRODUTOS ULTRAPROCESSADOS.

"O Brasil vive um momento particularmente delicado no que diz respeito à garantia da alimentação adequada, direito humano previsto em nossa Constituição Federal. Temos um contexto de elevada insegurança alimentar e fome e, ao mesmo tempo, assistimos a um crescimento alarmante dos indicadores de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e câncer, que têm como uma de suas principais causas a alimentação não saudável.

Para enfrentar esse duplo desafio, é necessário atuar em duas frentes: de um lado, estimular os alimentos saudáveis, essenciais à vida, como arroz, feijão, frutas, legumes e grãos, o que deverá ser feito principalmente por outro instrumento criado pela reforma tributária, a cesta básica nacional de alimentos com alíquota zero. De outro, desincentivar, por meio do imposto seletivo, os produtos ultraprocessados, que têm se tornado cada vez mais baratos e acessíveis à população."

Daniel Becker
Pediatra, sanitarista e escritor
Mônica de Bolle
Economista, imunologista e pesquisadora
Marcos Palmeira
Ator e ativista
Regina Tchelly
CEO da Favela Orgânica e empreendedora social
José Temporão
Ex-Ministro da Saúde, Médico sanitarista e pesquisador na Fiocruz
Rita Lobo
Chefe de cozinha e apresentadora de TV
Ricardo Abramovay
Economista e professor
Maria Emília Pacheco
Ex-Presidente do CONSEA
Drauzio Varella
Médico, oncologista e escritor
Adriana Salay
Historiadora e professora
Luiz Henrique Mandetta
Ex-ministro da Saúde e médico
Bráulio Borges
Economista e pesquisador FGV
Bela Gil
Chef de cozinha e apresentadora de TV
Carlos Monteiro
Epidemiologista
Eduardo Moreira
Engenheiro e fundador do Instituto Conhecimento Liberta
Tereza Campello
Ex-Ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Ladislau Dowbor
Economista e professor
Rodrigo Mocotó
Chef de cozinha
Daniel Cady
Nutricionista
Elisabetta Recine
Professora e Pesquisadora no Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional
Walter Belik
Economista e diretor do Instituto Fome Zero
Giovana Nader
Consultora de moda sustentável; Comunicadora e escritora
Gonzalo Vecina Neto
Médico sanitarista e professor
Tathiane Piscitelli
Consultora jurídica e advogada
Ilan Kow
Diretor do Panelinha
Arthur Chioro
Ex-Ministro da Saúde
Francisco Menezes
Economista; Ex-presidente do CONSEA
Laila Zaid
Atriz e ativista
Rodrigo Spada
Presidente FEBRAFITE e AFRAESP
Renato Maluf
Ex-Presidente do CONSEA
José Francisco Graziano da Silva
Ex-Ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome
João Paulo Pacífico
CEO do Grupo Gaia; Empresário, escritor e ativista
Juliana Gomes
Jornalista e autora do "Comida Saudável pra Todos"

60 PERSONALIDADES E ORGANIZAÇÕES ENDOSSAM NOSSO MANIFESTO. FAÇA PARTE DESTE MOVIMENTO VOCÊS TAMBÉM.

MINISTROS, O BRASIL EXIGE MAIS IMPOSTOS PARA ULTRAPROCESSADOS E MENOS IMPOSTOS PARA ALIMENTOS SAUDÁVEIS.

Precisamos da ajuda de vocês, Ministros, para tornar a alimentação saudável mais acessível para toda a população.

PROPOSTAS PARA UMA REFORMA TRIBUTÁRIA A FAVOR DA SAÚDE:

Incluir produtos ultraprocessados no Imposto Seletivo.

Reverter recursos arrecadados com o Imposto Seletivo ao SUS para o tratamento de doenças decorrentes do consumo destes produtos.

Proibir subsídios e benefícios fiscais às indústrias de produtos nocivos.

Criar um tratamento especial para alimentos saudáveis, com alíquota menor para facilitar o acesso.

PARA EVITAR QUE A REFORMA TRIBUTÁRIA PREJUDIQUE
A ALIMENTAÇÃO DOS BRASILEIROS, PRECISAMOS AGIR AGORA.

COMPARTILHE O CONTEÚDO ABAIXO PARA CONSCIENTIZAR SUA REDE.
Quanto mais gente, maiores as chances de garantir que a indústria de ultraprocessados
pague o preço pelo impacto que causa à saúde, à economia e ao meio ambiente.

SAIBA MAIS

O AÇÚCAR ENTRA, A SAÚDE SAI
A FARRA DOS REFRIS
DADOS E FATOS
ACT
Aliança pela Alimentação Saudável